
Simples Nacional, Lucro Presumido ou Real: Qual o Melhor Regime Tributário para Médicos em 2025
Escolher o regime tributário ideal é uma das decisões mais estratégicas para médicos PJ, pois afeta diretamente o caixa do consultório, a carga de impostos e a segurança fiscal da operação.
Se você é médico PJ, está abrindo sua empresa ou quer reavaliar seu modelo atual, este guia vai ajudá-lo a entender as opções de regime tributário disponíveis e qual pode ser a mais vantajosa para o seu caso em 2025.
O Que É um Regime Tributário?
Regime tributário é o conjunto de regras que determina como a empresa pagará seus impostos. No Brasil, os três principais regimes são Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real. A escolha depende de faturamento, tipo de serviço, estrutura de custos e estratégia financeira.

Simples Nacional
O Simples Nacional foi criado para micro e pequenas empresas e unifica em uma única guia (DAS) o recolhimento de IRPJ, CSLL, PIS, Cofins, CPP, ICMS, ISS e outros tributos federais, estaduais e municipais. O limite de faturamento é de R$ 4,8 milhões por ano.
O enquadramento no Anexo III ou no Anexo V depende do Fator R, que se calcula dividindo o total da folha de pagamento dos últimos 12 meses pela receita bruta do mesmo período. Se o resultado for igual ou superior a 28%, você fica no Anexo III (alíquotas menores); se for inferior, cai no Anexo V (alíquotas maiores). A “folha” inclui pró-labore, salários, encargos sociais e benefícios de sócios e empregados.
As vantagens do Simples Nacional incluem a unificação de tributos em um único documento de arrecadação e a redução de burocracia, sendo especialmente atraente para quem tem baixo custo fixo. As desvantagens são o limite de faturamento de R$ 4,8 milhões por ano e o fato de nem todas as despesas serem dedutíveis (apenas as contempladas no cálculo do Fator R), o que pode resultar em alíquotas elevadas caso você seja enquadrado no Anexo V.

Lucro Presumido
O Lucro Presumido é indicado para empresas com faturamento de até R$ 78 milhões por ano e margens de lucro estáveis. Nesse regime, o governo presume que sua base de lucro corresponde a 32% do faturamento para serviços de saúde.
Sobre essa base incidem IRPJ (15%, mais adicional de 10% se a parcela mensal de lucro presumido exceder R$ 20 000), CSLL (9%), PIS (0,65%) e Cofins (3%), além do ISS, que varia de 2% a 5% conforme o município, e do INSS patronal de 20% sobre a folha de pagamento (mais RAT e terceiros).
A grande vantagem é a previsibilidade da carga tributária e a possibilidade de distribuição de lucros isenta de IR (com parecer contábil). A desvantagem é que não se pode deduzir todas as despesas operacionais, e a burocracia é maior do que no Simples Nacional.

Lucro Real
No Lucro Real, o IRPJ e a CSLL são calculados sobre o lucro contábil ajustado, permitindo ampla dedução de despesas como depreciação, amortização e juros sobre capital próprio. O PIS/Cofins não é cumulativo (1,65% + 3%, com créditos) e o ISS segue a legislação municipal.
Esse regime é obrigatório para quem fatura acima de R$ 78 milhões por ano, mas pode ser adotado por empresas menores que queiram maximizar deduções. Oferece potencial de economia em operações complexas, mas exige contabilidade completa, obrigações acessórias robustas (SPED, EFD-Reinf, DCTFWeb, DIRF, eSocial) e suporte contábil permanente, além de fiscalização mais rigorosa.
Dicas e Complementos
Reveja anualmente seu regime com seu contador, pois mudanças de receita, custos ou legislação podem alterar o cenário. Defina um pró-labore compatível (incide INSS e IRRF) e distribua lucros de forma isenta, com parecer contábil. Considere retenções na fonte (IRRF e INSS dos contratantes) no seu fluxo de caixa. Planeje investimentos: no Lucro Real, use amortizações e depreciações para reduzir a base do IRPJ/CSLL. E não esqueça das obrigações acessórias específicas de cada regime.
Alíquotas do Simples Nacional (2025)
Anexo III (Fator R ≥ 28%)
• Até R$ 180 000/ano: 6%
• R$ 180 000,01–360 000: 11,2%
• R$ 360 000,01–720 000: 13,5%
• R$ 720 000,01–1 800 000: 16%
• R$ 1 800 000,01–3 600 000: 21%
• R$ 3 600 000,01–4 800 000: 33%Anexo V (Fator R < 28%)
• Até R$ 180 000/ano: 15,5%
• R$ 180 000,01–360 000: 18%
• R$ 360 000,01–720 000: 19,5%
• R$ 720 000,01–1 800 000: 20,5%
• R$ 1 800 000,01–3 600 000: 23%
• R$ 3 600 000,01–4 800 000: 30,5%
Comparativo de Carga Tributária
(Exemplo para médico que fatura R$ 40 000/mês, ISS de 2%)
Simples Nacional (Anexo III): ~ 6% → R$ 2 400
Lucro Presumido: ~ 13,33% → R$ 5 332
Lucro Real: varia conforme despesas dedutíveis; tende a ser vantajoso se você tiver muitos custos para abater
Como Escolher Seu Contador
Especialização em saúde: prefira profissionais que já atendam médicos ou clínicas, pois conhecem as particularidades do Fator R, retenções de INSS/IRRF e obrigações específicas.
Plataforma tecnológica: verifique se o escritório oferece portal online para consulta de documentos, envio de informações e assinatura digital de relatórios.
Comunicação contínua: estabeleça feedback mensal com seu contador para discutir variações de receita, antecipar mudanças de alíquotas e ajustar provisões de impostos.

A adoção de processos claros, a atualização constante sobre novidades fiscais e a parceria com um escritório contábil alinhado à sua realidade são tão importantes quanto a escolha do regime tributário. Quanto mais estruturado for seu planejamento, maior a chance de reduzir custos, aproveitar incentivos legais e concentrar-se no que realmente importa: o cuidado com seus pacientes.
Na PJ Médicos, ajudamos médicos de todo o Brasil a escolherem o regime ideal e a manterem sua gestão fiscal segura e eficiente. Acesse pjmedicos.com.br e fale com um especialista. Entre em contato conosco pelo whatsapp e reduza sua carga tributária